Percursos pedagógicos- o novo e o programa de 91


Na minha opinião os percursos pedagógicos do programa de 91 não contemplam todas as possibilidades do programa de 2009,  e nem poderiam, porque dezoito anos os separam e foram dezoito anos frutuosos no que respeita às tecnologias de informação e comunicação, que são por si só agente de muitas mudanças.  Estas novas tecnologias são também responsáveis pela alteração do que pensamos, como pensamos e onde desenvolvemos os nossos pensamentos, daí que os percursos pedagógicos  do programa de 2009 contemplam toda uma panóplia de actividades impossíveis de constarem no programa de 1991.


Tendo também em linha de conta a actualização destes novos tempos, no que concerne à expressão oral, o programa de 91, quantos aos processos de operacionalização, remete-nos para mensagens televisivas, enquanto o de 2009 vai mais longe e sugere/ especifica  excertos ou fragmentos de noticiário, da rádio, registos áudio e vídeo.

Também no que respeita à diferenciação e variação linguística, o programa de 2009 precisa o papel da língua padrão e sugere-nos a “observação de contrastes fonéticos, morfológicos, sintácticos e semânticos em diferentes realizações do português”, com consciencialização das diferenças e respeito por elas enquanto o de 91 apenas refere “o alargamento da competência comunicativa pela confrontação de variações linguísticas”.

Quanto à leitura  é muito mais ( e devidamente) valorizada no programa de 2009. No entanto, alguns conteúdos a abordar são, na minha opinião, demasiado ambiciosos para o 2º ciclo ( assonância, hipérbato, metonímia…).




Na escrita, e fruto da actualização dos novos tempos, o programa de 2009   destaca o “ respeito pelas regras de comportamento na Internet ( plataformas, blogues, fóruns de discussão…).  É interessante, ainda, a sugestão que nos dá o ser “ vantajoso recorrer à edição electrónica para a reformulação e revisão, nomeadamente correcção, substituição, mudança de segmentos e configuração gráfica”. Na minha prática lectiva, por vezes, interrogava-me se deveria deixar escrever os textos livres no computador ( umas colegas eram a favor, outras contra…) Agora, posso decidir e fundamentar a minha decisão e olhar para as TIC como um precioso auxiliar na correcção ortográfica.




Considero que no conhecimento explícito se propõem muitas mudanças ao nível de terminologia, mas parece-me que este programa contextualiza os conteúdos e estes não aparecem tão “ espartilhados” como no programa de 1991.